29. Um certo Ziraldo

Em 26 de junho de 1969, surgia em meio ao caos sombrio do Brasil, um dos memoráveis e mais representativos jornais alternativos do país, o Pasquim. Marcado principalmente por seu tom sarcástico e humorístico, tal meio de comunicação abordava em seu conteúdo, a manifestação oposta ao regime político, através de sátiras, entrevistas, tiras, crônicas e outros mais, destacando também em suas páginas, temas que giravam em torno dos mais variados comportamentos do cotidiano humano.

Durante os anos de sua circulação, diversos acontecimentos tornaram-se presentes em seu processo, podendo aqui citar fatos como a censura, a perseguição, prisões e até mesmo bombas que explodiam às bancas de jornal, que vendiam ou apoiavam o mesmo. Muitos foram os que contribuíram para a desenvoltura e vida do Pasquim, destacando como exemplo, os jornalistas Tarso de Castro, Sérgio Cabral, o desenhista Millôr Fernandes, o grandioso cartunista Jaguar e de um certo Ziraldo.

Ziraldo Alves Pinto, nasceu em 24 de outubro de 1932, em Caratinga, Minas Gerais, ao leste da capital Belo Horizonte. Dramaturgo, escritor, cronista, pintor, jornalista, chargista e cartunista, Ziraldo foi mais um destes célebres heróis mineiros, que durante todo o tempo de sua carreira, destinou e destina seu dom em proveito da arte, da crítica e da indagação de seu meio, reunindo um público que se expande desde pequenas crianças, aos grandes sábios de cabelos grisalhos. Dentre as muitas realizações deste mineiro, podemos lembrar do prêmio Galo de ouro, concedido ao vencedor do Festival Internacional da Canção de 1966, do texto encontrado na contracapa do primeiro disco de Milton Nascimento, de ser um dos fundadores da Banda de Ipanema, e não menos considerável, das destemidas aventuras de um perseverante e inquieto Menino Maluquinho.

Por Altieres Fonseca (13/08/2011)