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domingo, 13 de novembro de 2011

35. Recordando o Som Imaginário – Ato IV. “ A ascensão progressiva”


Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma"
(Antoine Laurent de Lavoisier)

1973, muitos ventos já haviam soprados em meio aos caminhos da música moderna, uma nova revolução espalhava sobre as divisas ocidentais do continente europeu, Itália, Alemanha e Inglaterra lideravam os avanços desta nova manifestação artística, era o período áureo do Rock Progressivo, grupos como “Premiata Forneria Marconi”, “CAN”, “Emerson, Lake and Palmer” e infinitos outros, desbravavam as fronteiras desta vertente musical.

Com o passar das águas, a revolução estendia o seu majestoso império, cruzando o Atlântico a influência embarcava sobre as terras brasileiras. A grandeza deste novo feito transformou a sonoridade de muitos adeptos ao Rock Progressivo, estava assim iniciada mais um capítulo da música no Brasil, agora escrita por inúmeras bandas, tais como “A Casa das Máquinas”, “A Bolha”, “O Terço”, “Os Mutantes” e não menos óbvio, o Som Imaginário.

Após o lançamento de dois discos voltados ao rock psicodélico, agora o Som Imaginário estava sobre a divina inspiração de Wagner Tiso, o entrosamento entre estes encontrava-se em plena ascensão cósmica, e por meio desta química surgia aquela que é considerada sua obra maior, o profundo álbum “ A Matança do Porco”.

Lançado ainda em 73, tal realização tornou-se o último registro de sua deslumbrante e curta carreira. Gravado também nos estúdios EMI – Odeon, o disco trouce uma verdadeira viagem instrumental, acompanhado de primorosos arranjos orquestrais, iniciando-se pela magistral (Armina), com um lindo e caprichado trabalho de guitarra. É preciso destacar também a utópica (A Matança do Porco), um genuíno tesouro da música universal, trazendo aqui a sagrada voz de Milton Nascimento, junto a um espetacular coral enviado de terras celestes.

Tempos depois, apesar dos músicos estarem sempre trabalhando em conjunto, o nome Som Imaginário foi guardado nas páginas da história, e eternizado na memória cultural deste imenso país. Vale também lembrar, daqueles que proporcionaram a compartilha de seus dons para engrandecimento desta incrível epopeia, podendo citar os importantes Naná Vasconcelos, Nivaldo Hornelas, Toninho Horta, Novelli, Paulinho Braga, Jamil Joanes e outro saudoso filho destas Minas Gerais, Marco Antônio Araújo.

Por Altieres Fonseca (13/11/2011)

2 comentários:

  1. Áureos tempos, meu querido amigo!
    Brilhante época em que música era lapidada e não arrancada, sem sentimento ou veiculação cardíaca!
    Estupendo texto direto do tempo magicamente remoto...

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  2. Altieres... seus textos definitivamente me proporcionam uma viagem na história, sua narração poética e minuciosa transporta, através da leitura dos mesmos, a esses momentos tão importantes da cultura da música nacional e também internacional como se estivesse presenciando esses fatos em tempo real. Gratificante mesmo, adorei a sua menção ao rock progressivo, como surgiu na década de 70, as bandas surgidas, o trajetória do Som Imaginário... enfim mais um texto primoroso que abrilhanta ainda mais o seu talento, parabéns mio caro!!!

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