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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

30. Entre a luz e a canção


Em meio ao beco escuro das ruas de pedra, mensageiros da luz caminhavam ao clarão da noite, tambores e cantorias manifestavam a alegria de um povo, e mesmo em tempos de sombras, a esperança era maior que o pesadelo.

O assovio do vento perseverava junto aos passos de Bituca, e no decorrer de 1969, chegava aos ouvidos desta terra o seu mais novo disco, “Milton Nascimento”. Sendo este gravado após sua passagem pelos Estados Unidos, o terceiro álbum de sua magistral discografia, e o segundo feito no Brasil.

Diversos foram os temperos utilizados na composição desta obra, iniciando-se pela carência técnica de sua gravação, ao passar pela riqueza poética de suas letras, harmonias e melodias. Desta vez, Milton vinha acompanhado por uma gama celeste de primorosos músicos, além da presença dos bravos poetas, Fernando Brant, Ronaldo Bastos e Marcio Borges.

Concebido nos estúdios “EMI – Odeon”, no Rio de Janeiro, com a produção de Milton Miranda, suas músicas possuem pinceladas cercadas de sinfonismo e orquestrações, coros acompanhados de belíssimos arranjos vocais, podendo assim destacar a fascinante “Pai Grande”, também não podemos esquecer das melancólicas “Sentinela”, “Beco do Mota”, e a dramática “Sunset Marquis 333 Los Angeles”. O senso crítico dava sua presença em “Aqui, oh!“, de autoria de Brant e Toninho Horta. É necessário frisar que, em meio aos grandes detalhes abordados em sua fina mistura, jamais poderíamos esquecer que aqui, inaugurava uma das mais frutíferas parcerias da música brasileira, entre Milton Nascimento e o fantástico Som Imaginário.

Por Altieres Fonseca (29/08/2011)

4 comentários:

  1. Uma das mais belas vozes de Minas Gerais regada de uma bravura descomunal em produzir na era sórdida da Ditadura Militar: Milton Nascimento. Fosse arriscado, porém não há maior lirismo e poesia que aquela obra produzida no auge da dor. Tudo se torna mais vivo e quente! Texto de uma delicadeza e carinho incombatíveis, meu caro amigo! Prazer "ler" você, sempre!

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  2. Diego MARTINHO Ferreira30 de agosto de 2011 às 15:44

    Altieres sempre escrevendo com paixão.To lendo sempre aqui o blog e está Perfeito!

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  3. Milton Nascimento descreve em suas canções a natureza e os sentimentos como s angústia, alegria e o amor de uma maneira tão bela e marcante... e ainda as interpreta com seu timbre vocal único e maravilhoso, realmente ele fez de seu trabalho um dos mais impressionantes e admiráveis da MPB até os dias de hoje, um super intérprete e compositor, com certeza um grande orgulho para todos nós o povo brasileiro!!!!
    Altieres... parabéns por mais uma narrativa impecável, sua excelência na escrita, como sempre, é primorosa!!!! Adorei!!!!

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  4. Parabéns Altieres muito bom o post!!!
    Este Disco do Milton é espetacular eu também gosto da interpretação dele na canção "Tarde" que realmente toca em nossas almas !!!
    Tenho uma grande admiração por este "Gênio" da música mineira!!!

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