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domingo, 2 de outubro de 2011

33. Recordando o Som Imaginário – Ato II. “ A força da imaginação ”


- E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.” (Friedrich Wilhelm Nietzsche)

Visual despojado, calças à boca de sino, cabelos cumpridos, guitarras distorcidas e principalmente, sem a menor pretensão comercial, essa era a fórmula mágica do Som Imaginário, um grupo que por meio da imagem, música e poesia, representou de forma precisa, o retrato cultural de uma geração marcada pelo caos político e social de sua época.

A primeira decolagem do grupo, surgiu em decorrência da parceria com Milton Nascimento, que juntos lançaram o brilhante disco “Milton” de 1970, mas a sua singular estética sonora, só veio despertar com a gravação de sua primogênita obra fonográfica, o “Som Imaginário”. Lançado neste mesmo ano, o disco de estreia tornou-se um marco, um dos maiores registros da música psicodélica gravada no Brasil.

Concebido nos estúdios “EMI – Odeon”, o experimentalismo exercido em suas composições trouce ao público brasileiro um som ambientado em inovações, dotado de densos climas e marcantes viagens, citando como exemplo as canções (Morse, Super-God, Pantera e a delirante Nepal), o lado hippie entregava suas flores astrais na doce balada-folk (Sábado), também não podemos esquecer da influência beatle encontrada na delicada (Poison), e do toque progressivo da mineira (Tema dos deuses), esta guiada pela sagrada voz de Bituca. Talvez, o ponto alto deste registro, seja a destacável versão para (Feira Moderna), música de Beto Guedes, Lô Borges e Fernando Brant. Completavam ainda as marcantes (Hey Man e a crítica Make Believe Waltz).

Por Altieres Fonseca (02/10/2011)

2 comentários:

  1. Abrilhantando a web com textos ricos em história e embriagados de uma magia real. Que delícia ler você, amigo querido! Obrigada!

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  2. Realmente numa época tão marcada pelos fatos caóticos sócio-políticos, durante o período da ditadura militar, aquela geração encontrava na arte e principalmente na música o modo de se expressar e fugir da censura e da opressão imposta, daí como resultado o surgimento de tantos grandiosos artistas e bandas como essa "O Som Imaginário".

    Altieres, admirável a forma como descrevestes a formação e trajetória dessa banda, cada vez mais nos enriquecendo com tanta informação e cultura, como já disse várias vezes... além de poeta, tu és um excelente escritor!!! Parabéns!!!

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